quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Vírus da constipação poderá ser a chave

Com este substituto o Jornal "Público" na sua edição on-line, publica uma notícia sobre o sucesso da ciência na descoberta de células estaminais não embrionárias, mas quase, que substituam aquelas.
Na base da questão, sobre as células estaminais embrionárias, que já servem com sucesso, aquilo que "as quase embrionárias" tentam fazer, mais não há que a velha luta entre a Ciência e a religião.
Os mentores do politicamente correcto, chamam-lhes, questões de ordem moral...
Investir milhões para produzir células "quase", tentando assim ultrapassar preconceitos, mais não serve, que para engordar alguns laboratórios espertos.
A pouca moral, está em desperdiçar esse dinheiro todo, que deveria ser canalizado para desenvolver oportunidades abertas pelas células embrionárias… pouco se acrescenta à solução real o que agora se publica, para além do interesse académico…

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Novas formas...o velho racismo...

Priyanka Chopra- REUTERS
A Unilever, multinacional anglo-holandesa através da sua marca Pond’s, lançou recentemente no mercado indiano, o anúncio de um creme chamado White Beauty (Beleza Branca).

Reza o dito anúncio, que Priyanka Chopra, uma das mais famosas actrizes de Bollywood sofre, o noivo, um herói do cinema indiano troca-a por outra não menos bela e famosa, Neha Dhupia.

Contudo nem tudo está perdido, pois logo que a sua pela fique mais branca, graças às aplicações do não menos famoso, White Beauty da Pond’s, ela recuperará o seu noivo...

Palavras para quê...
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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Novo Mundo

Este Mundo feito de constante evolução, lato sensu, atingiu um pico, onde se mostra evidente que o caminho seguido até então, terminou.
Temos pois que mudar de "galho" na arvore da evolução.
Já há muito se pressentia que este capitalismo de sentido único baseado na maximização do lucro, semi-selvagem e auto regulado, desembocaria mais tarde ou mais cedo num beco sem saída.
A prolongada existência deste Capitalismo, deveu-se sobretudo, ao contraponto que representou o Comunismo Estatal Soviético, com o fim deste, tornou-se claro que aquele, também lhe seguiria os passos.
O problema é que ninguém sabe qual o "galho" para onde pular.
O novo paradigma embrionário, nascerá de forma lenta e presumo dolorosa, como todos os partos.
Assim, aguardemos por tempos difíceis.
O meu optimismo leva-me a crer, no velho aforismo redescoberto por Newton, “If I have seen further it is by standing on ye shoulders of Giants”.
Nós os anões de agora, veremos certamente mais longe, graças aos Gigantes de outrora e a vida prosseguirá inexorável o seu rumo

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

www.edge.org

http://www.edge.org/ um estimulante site americano, dedicado à memória de Heinz R. Pagels, todos os anos lança, à comunidade científica, uma pergunta que desencadeia um fantástico debate de ideias (a quem não conheça, aconselho vivamente) quer pela diversidade, quer pela qualidade do que ali se produz.
Publica anualmente, sob a coordenação de John Brockman, em livro, os ensaios e reflexões ali produzidas.
Em 2006 a pergunta foi, ?WHAT IS YOUR DANGEROUS IDEA? – (Edições Tinta da China sob o título Grandes ideias Perigosas)
Pois bem, acho que hoje grande parte de nós, sabemos qual a resposta mais óbvia, a essa pergunta.
A ideia mais perigosa que os americanos tiveram nos últimos anos, foi sem sombra de dúvida terem eleito Bush e com ele transportado, para o comando da nação mais poderosa da Terra, a seita dos neocons...
Espero ansiosamente, que desta vez corrijam o passo...

domingo, 14 de setembro de 2008

A Invenção do Amor

Li “A Invenção do Amor” de Daniel Filipe pela primeira vez, devia ter os meus 17 anos e devia estar apaixonado.
Na época, frequentavam-se, bares e jardins, para ler poemas, sobretudo os proibidos, reparem bem, poemas….
Nada sabíamos de política, mas sua insustentável fragrância, misturava-se com os sons de “A trova do vento que passa”, das baladas do Zeca, do Fanhais, do Zé Mário e de uns tantos mais…
Passavam-se livros às escondidas, livros lidos numa passada, porque havia mais clientes ávidos, para se descobrirem naquelas páginas meias rasgadas.
O Prof. que os arranjava morria de medo que se soubesse, olhem aqui esta um, com poemas de Agostinho Neto, Alexandre Daskalos, Alda Lara, António Boto e tantos outros…
Como sabia bem comer aqueles versos, ao entardecer nas escadas do monumento ao Norton de Matos, bem na frente do palácio do Governador, o local mais seguro, claro está, ali não se faziam revoluções…
Eu morava ali ao lado, num velho casarão cheio de livros, portas meias com uma velha fábrica de moagem de farinha, cenário surrealista, com correias gigantes, enormes roldanas, restos de farinha por todo o lado.
Penetrava por ali, para me manter perdido, pela imaginação emprestada, dos livros que devorava.
Por ali desenrolava excitantes aventuras, dum Rocambole sem fim e também me lambuzava, nas que me forneciam, Leon Tolstoi, Alexei Tolstoi, Máximo Gorki, Boris Pasternak, Dostoiévski...o sonho era quem mais ordenava, naqueles tempos perdidos.
Tão perdidos, que a praça desapareceu a cidade desfez-se, o País não passa duma courela de caciques e petroleiros funestos… o Povo, esse imenso inocente, qual boi manso, espera a oportunidade de o ser…
Para ouvir alguns poemas de Daniel Filipe.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mentira

A reflexão sobre a mentira de Alexandre Koyré (Taganrog, 1882/1892 - Paris,1964). Filósofo francês de origem russa que escreveu sobre história e filosofia da ciência, é cada vez mais actual, tendo em consideração a prática consciente e actual dos médias.

«A palavra, a escrita, o jornal, a rádio… todo o progresso técnico está ao serviço da mentira. O homem moderno – e é de novo o homem totalitário que temos em mente – banha-se na mentira, respira a mentira, está exposto à mentira a todo o instante da vida. Quanto à qualidade – referimo-nos à qualidade intelectual – da mentira moderna, ela evoluiu na razão inversa do seu volume. O que, de resto, se compreende. A mentira moderna – essa a sua qualidade distintiva – é produzida em massa e às massas se dirige. Ora toda a produção em massa, toda a produção – intelectual, sobretudo – destinada às massas se vê obrigada a baixar os seus padrões. Acresce que, se nada é tão refinado como a técnica de propaganda moderna, nada é tão grosseiro quanto o conteúdo das suas afirmações, que revelam um absoluto e total desprezo pela verdade. E mesmo pela simples verosimilhança. Desprezo que não tem igual senão nesse outro – que ele implica – pelas faculdades mentais daqueles a quem ela se destina.»

Torna-se assim, a meu ver, de veras relevante, questionarmos o conteúdo e a forma do que nos chega embrulhado como notícia…

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Good Guy

Dedicatória:
À minha filha Claudia, que me deu o privilégio de o conhecer……


- Hoje temos uma pessoa a menos em casa.....

- ?...sim!...... (secou-se-me instantaneamente a garganta e o cérebro)...entrei já cego no elevador…
cego.

Chegara a casa há cerca de ano e meio, vinha de olhos baixos, pálpebras descaídas, tristonho...pesadão...olhou para mim a pedir desculpa pelo incómodo, a intromissão...olhei para ele, e sorri-lhe com os olhos, sentei-me ao seu lado, estendeu-me a mão e levantou a cabeça de forma interrogativa – então sempre sou bem vindo ou quê – claro que sim...sim claro, quem podia dizer o contrário – tinha cara de poeta...logo...um grande fingidor...

Só um minuto Sr. carrasco...como Maria Antonieta na cadafalso...um minuto...e com isso enganara a sorte, mesmo ao soar do gongo, ganhara um tempo...a bem dizer um tempão...a bem dizer...

- Hoje há menos uma pessoa em casa....

(o nó aumentava, e eu seco...)

A bailarem-me os olhos, as pálpebras tristonhas e eu pesado...pesadão...

Ali estava o nosso novo velho amigo...um verdadeiro “Good Guy”...como se viu...

Entranhou-se-nos pela derme até nos chegar ao coração, utilizando a sua habilidade de mestre vivido...

E agora...o que me vai custar lavá-lo da alma, o que me vai custar sacudir dos ouvidos a sua voz rouca e imponente. Até a sua enfatizada surdez me atingir, até lá....vou com certeza continuar a escutá-lo...vou com certeza recordar abismado como o olhar baço que trazia depressa se fez brilhante, esperto, jovial, em contraste notório com a decrepitude de um corpo ingrato...impróprio para consumo de tão grande alegria de viver...

Entrou-nos em casa de caminhar pesado...pesadão...saiu-nos agora aos saltos, alegremente a caminho da sorte que encomendara havia 6 anos antes...a bem dizer, foi boa finta amigo, olha já agora...continua a saltar nos nossos sonhos...

Um grande Xiiii...pró Grandão de todos nós...
A bem dizer…temos menos uma pessoa em casa....